Dissertação sobre a bondade

Sobre a bondade,

Tema complexo e infinitamente discutível por mentes ainda infantis. Existe um antagônico da bondade, da pureza de ser e da gentileza da alma? A suavidade dos passos do manso, a alegria do idoso, a festa da criança são como princípios ativos do amor universal. É um ato, uma cena, uma presença.

Ser bom é calar diante da calúnia. A bondade não está na ausência das palavras, mas na profunda compreensão da ignorância alheia. A árvore explode em frutos por bondade. A vaca incha o ubre de leite por bondade. A luz ilumina todos os recintos por pureza de amor e bondade.

Existe alguma vantagem em ser bondoso? Não, nenhuma. A bondade não se faz por interesse, ou por egoísmo, mas por entendimento e fé. A bondade expõe o homem ao mal; sem medo, sem culpa, por que auxilia e aprimora, estimula e motiva.

Uma alma sinceramente bondosa compartilha ideias, sensações, percepções e ensinos. A bondade é partilha amorosa de conhecimento. É aprendizado mútuo, sublime e paciente. Daí a bondade é a exteriorização do profundo amor da alma, da consciência. Aquele que sonha com o amanhã não pode ser bondoso, pois não vive no presente, não ama no agora, não se reconhece como alguém natural, normal e capaz de compartilhar a trilha de alguém.

É melhor um inimigo desperto, do que um amigo sonhador. É muito melhor uma tristeza que brota da verdade, do que a falsa alegria que surge da mentira.

O grande psicólogo humanista Carl Gustav Jung dizia: “Quem olha para fora, sonha. Quem olha para dentro, desperta.”

Lembrando sempre que toda depressão e que toda a ansiedade são filhas da ausência de presente, surgem das expectativas e dos planos futuros dentro de um grande jogo de ilusões que só agrada ao sistema.

A bondade sincera emerge com naturalidade de uma mente desperta, de um ser iluminado.

Buda disse: “Seja o que for que você espere, será diferente.”

Através da bondade de Buda, com apenas uma frase bem compreendida, ele acaba com a nossa ansiedade. Então, a bondade é mais do que palavras e gestos lançados ao vento. A bondade é na verdade um caminho que só pode demonstrar aquele que sabe o prazer e conhece as vantagens do amor em si mesmo, do equilíbrio, da segurança e da certeza da incerteza.

Para o ignorante bondade é fraqueza, para o sábio bondade é luz. Essa luz se radia e explode em sorrisos de simpatia e bem estar. É uma luminosidade incomparável, atenciosa, feliz, em que todos se regozijam com a presença. E da luz todo o restante surge: a gratidão, o reconhecimento, a humildade e a estabilidade emocional.

Era isso,

Helena Blavatsky, Espírito teosofista.

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