O dia que tentaram me matar

É meus amigos! O tempo vai passando e vamos construindo falsas histórias. E pior, começamos a acreditar nelas.

A mente faminta de aprovação começa a sentir medo de avião, achando-se importante, passa a temer por falta de fé, dando muito importância a si mesmo. 

Mais até do que deveria.

Eu tenho uma história para contar a vocês.

Foi foda, só sei dizer isso...

A cerca de 20 anos atrás um colega de faculdade me insultou verbalmente durante uma escavação arqueológica.

Eu engoli uma vez, tolerei a segunda, mas na terceira vez explodi.

Eu ainda não era esse Mestre Zen que sou hoje, a 20 anos atrás eu era muito diferente e bem menos evoluído espiritualmente do que sou hoje. Nem tinha consciência da minha mediunidade ainda.

Eu o agredi fisicamente, revidando os insultos, com uma pá de corte.

Brigamos.

Um de nós foi expulso do laboratório que trabalhávamos, eu fui punido com uma semana sem trabalho e desconto na bolsa de estudos, ele foi banido do laboratório.

Ele levou a pior por que o técnico do laboratório, que hoje é um espírito que me acompanha, testemunhou que foi ele que começou os insultos e eu estava quieto, etc.

Bom, acontece que eu esqueci disso, mas esse cara jamais se recuperou. Entrou numa depressão profunda, se prejudicou a si mesmo, se ostracizou e sumiu do cenário científico.

Eu já havia me esquecido dele. Mas 20 anos depois ele aparece, voltando a estudar numa universidade renomada. Eu o reconheci no face e fiquei muito feliz de o ver de volta como colega.

Na sexta-feira passada, participei de um evento em Pelotas, e lá eu o encontrei. estava mais velho, pesado e barbudo.

Perguntei a uma amiga se aquele era mesmo o fulano, ela disse que sim e eu fui atrás dele. 

Desci as escadas chamando-o pelo nome. No final da escadaria ele se virou e eu olhei pra ele e disse:

- Fulano que felicidade te encontrar aqui, deixa eu conversar contigo, quero pedir desculpas por aquela época na faculdade.

Bom, ele nem deixou eu concluir, explodiu em ódio fulminante.

Disse que eu era nada mais do que um conhecido e que só se reergueu depois de muita luz e que eu não tive nada a ver com isso.

Disse mais, ao sair pela porta da faculdade de Direito, insinuou que toda a desgraça e a frustração de sua vida era culpa minha.

E que aquilo que aconteceu na faculdade ferrou com a vida dele.

Bom, eu só queria me desculpar, mas como eu vi que ele estava fazendo fiasco, eu me afastei. Não queria um barraco entre os colegas na frente do prédio do evento.

No final da conferência, a noite, por volta das 22 horas eu retornei ao meu carro que estava estacionado atrás do prédio.

O guarda carros ficou conversando comigo e contando de sua vida, eu escuto sempre, é uma das minha manias, não sei dizer não a quem está desabafando.

Estávamos os dois, eu e o guarda carros, em pé ao lado do carro quando eu vejo surgir na esquina o fulano e um outro cara grisalho. Ele veio na minha direção, eu senti o ódio.

Mas no meio do caminho alguma coisa fez ele mudar de ideia e passou reto. Obviamente estava armado e decidido a acabar comigo. Eu senti isso.

Eu o olhei com sorriso calmo e o deixei passar, ele não me olhou nos olhos. 

Muitos anos de ódio acumulados e uma vingança fracassada, senti muito medo e tive a nítida impressão que nasci de novo. Pensei na bebê, na esposa e nos meus pais.

O mais incrível de tudo é que eu paralisei completamente.

Um frio gélido preencheu meu ventre.

Bom, ele passou por mim e foi embora. Eu entrei no carro tremendo. Me perdi pelas ruas de Pelotas e cheguei a Rio Grande, contei apenas para a minha esposa, que estava no telefone comigo.

Mas agora estou apto a narrar a energia do ódio e do desamor para vocês.

As vezes cometemos erro no passado, que não nos damos conta, mas eles nos perseguem. Eu nem imaginava o tamanho do ódio que essa pessoa guardava por mim, nunca me dei conta, me esqueci completamente.

E aí não vi o quanto eu o prejudiquei, a ponto dele chegar a isso. De me direcionar todo o ódio que podia.

Felizmente percebi que se tratava de uma pessoa perturbada e que jamais aceitaria o meu perdão ou o meu pedido de desculpas.

Tem coisas do passado que devem permanecer no passado.

Não foi o fato dele ter atentado contra a minha vida... foi a visão da ideia de que o que ele queria matar não era o corpo, mas a minha identidade, minha alegria, meu sucesso com os colegas a minha simpatia e felicidade quando estou junto dos colegas.

Era essa visão minha bem sucedida e confortável que ele queria matar e não o corpo.

Essa parte viva e imaterial ele jamais conseguiria matar, talvez por isso tenha desistido no caminho.

É uma história que ainda precisamos amadurecer, mas com certeza... tem coisas do passado que devem ficar no passado!

Abração pessoas do meu coração!

Psicografia de um assassinado

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