Carta de um desesperado
Oi amor,
Faz tanto tempo que eu queria te escrever essa carta, mas só agora reuni forças e coragem para traçar as primeiras linhas no papel.
Perdoe-me amor, mas estou morto por dentro. Eu sei que não é uma coisas simples, é um conjunto de tudo.
Eu me sinto um lixo, cansado e esgotado. Minha mamãe Terezinha sofre com toda a situação.
Perdi muito tempo da minha vida nessa empresa de bosta, com chefes escrotos, com colegas bananas... nem sei por onde começar.
São Paulo sempre foi chata demais para mim. Agora tudo acumulou, meu estresse chegou ao limite, minhas forças acabaram, sinto muito.
Parece que fui pisado por cada FDP na Terra. Eu me sentia um capacho usado e descartado.
Me desculpa amor, mas eu estou mal, cansado e atribulado. Acho que nunca passei por tanto estresse na minha vida.
Tenho a sorte desse bom rapaz me oferecer um espaço para dizer isso.
Ofélia você me explorou demais. Eu me iludi achando que te usava, mas na verdade era um fantoche das tuas mãos. Eu sinto muita raiva daquele tempo.
Você sempre tentando controlar e resolver tudo, sem nem me consultar, eu fui deixando o trem da vida me levar até tu tirar tudo de mim, inclusive minha dignidade.
É Ofélia, que presepada hein, eu lhe dei filhos, lhe dei um lar e uma família e você, o que me deu? A morte!
Sugou cada grama da minha energia, com a pretensa desculpa de manter o nosso casamento, tudo mentira.
E o que eu fiz? Dei uma encarnação a ti, para que tu pudesse viver tranquilamente?
Nossa, mas que doentio isso, hoje sinto nojo e desgosto por mim mesmo, por ter sido tão trouxa, tão vão, tão fútil.
Mas o que eu posso fazer, a responsabilidade também é sua e você me deixou sucumbir nas veias da ignorância.
Você não sabe o que é trabalhar de sol a sol, cumprir seu dever e chegar em casa e não conseguir descansar, continuar matando o corpo de carne, sem ter a pretensão de usá-lo numa causa nobre.
Passei uma vida com dores no corpo, torcicolos, diarreias, dores de cabeça, pressão alta, tudo por culpa do estresse e da vida inútil que não dizia não a ninguém.
Hoje, daqui de cima, eu vejo o bando de raposas que me cercavam, atrás de migalhas da minha luz, atrás de um pouquinho de atenção.
Estou mais forte. Quero voltar a me reencarnar, mas não serei mais o teu Fernando, serei Enzo, filho da nossa caçula.
Quem sabe um dia consiga perdoar toda a vida chata e sem emoção que tu me proporcionou, mas por enquanto vou levando.
Eu não esperava bater o carro naquele dia, a vai saber, não é, as vezes nos dá uma distração e "pá", já era.
Eu só peço que cuide de nossos filhos e não escancare a sua vulgaridade, que todo mundo conhece, mas tenho medo de não estar aí para controlar as tuas safadezas.
Vou estar sempre ao lado de vocês,
Com carinho,
Fernando, Espírito

Faz tanto tempo que eu queria te escrever essa carta, mas só agora reuni forças e coragem para traçar as primeiras linhas no papel.
Perdoe-me amor, mas estou morto por dentro. Eu sei que não é uma coisas simples, é um conjunto de tudo.
Eu me sinto um lixo, cansado e esgotado. Minha mamãe Terezinha sofre com toda a situação.
Perdi muito tempo da minha vida nessa empresa de bosta, com chefes escrotos, com colegas bananas... nem sei por onde começar.
São Paulo sempre foi chata demais para mim. Agora tudo acumulou, meu estresse chegou ao limite, minhas forças acabaram, sinto muito.
Parece que fui pisado por cada FDP na Terra. Eu me sentia um capacho usado e descartado.
Me desculpa amor, mas eu estou mal, cansado e atribulado. Acho que nunca passei por tanto estresse na minha vida.
Tenho a sorte desse bom rapaz me oferecer um espaço para dizer isso.
Ofélia você me explorou demais. Eu me iludi achando que te usava, mas na verdade era um fantoche das tuas mãos. Eu sinto muita raiva daquele tempo.
Você sempre tentando controlar e resolver tudo, sem nem me consultar, eu fui deixando o trem da vida me levar até tu tirar tudo de mim, inclusive minha dignidade.
É Ofélia, que presepada hein, eu lhe dei filhos, lhe dei um lar e uma família e você, o que me deu? A morte!
Sugou cada grama da minha energia, com a pretensa desculpa de manter o nosso casamento, tudo mentira.
E o que eu fiz? Dei uma encarnação a ti, para que tu pudesse viver tranquilamente?
Nossa, mas que doentio isso, hoje sinto nojo e desgosto por mim mesmo, por ter sido tão trouxa, tão vão, tão fútil.
Mas o que eu posso fazer, a responsabilidade também é sua e você me deixou sucumbir nas veias da ignorância.
Você não sabe o que é trabalhar de sol a sol, cumprir seu dever e chegar em casa e não conseguir descansar, continuar matando o corpo de carne, sem ter a pretensão de usá-lo numa causa nobre.
Passei uma vida com dores no corpo, torcicolos, diarreias, dores de cabeça, pressão alta, tudo por culpa do estresse e da vida inútil que não dizia não a ninguém.
Hoje, daqui de cima, eu vejo o bando de raposas que me cercavam, atrás de migalhas da minha luz, atrás de um pouquinho de atenção.
Estou mais forte. Quero voltar a me reencarnar, mas não serei mais o teu Fernando, serei Enzo, filho da nossa caçula.
Quem sabe um dia consiga perdoar toda a vida chata e sem emoção que tu me proporcionou, mas por enquanto vou levando.
Eu não esperava bater o carro naquele dia, a vai saber, não é, as vezes nos dá uma distração e "pá", já era.
Eu só peço que cuide de nossos filhos e não escancare a sua vulgaridade, que todo mundo conhece, mas tenho medo de não estar aí para controlar as tuas safadezas.
Vou estar sempre ao lado de vocês,
Com carinho,
Fernando, Espírito
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