E quando cair, levante...

É muito natural a queda em um mundo onde o orgulho predomina. Quando o cálice transborda, Deus o vira, alternando toda a realidade do ser humano. O quadro vira, a roda gira. A vida é cíclica e, aquele que estava encima vem para baixo e vice-versa (os últimos serão os primeiros, segundo Oxalá). Não pela ardilosidade de uma divindade irracional, mas pela Lei de Amor mostrando claramente que Deus é uma inteligência soberana e operosa.

O soberbo e o ególatra chegam ao ápice do escárnio. Chafurdando na exposição do ridículo a todos que os interpelam. São quais animais instintivos ao farejarem os medos e as inseguranças do próximo a quem deveriam amar. Humilhando a todos os que se aproximam expondo as suas fraquezas. Pois bem, aos soberbos e aos prepotentes Deus guarda a queda, o tombo, a frustração.

A nós nos cabe o exercício da humildade. Humilhando-nos e sendo submissos às chibatas ardentes da presunção. Evitando cair, nós mesmos, nas ciladas do amor-próprio e do personalismo. Oxalá, Nosso Senhor, é amor puro que emana de cada ferida. Sem lamuriar-se, sem queixar-se, entregou todo o seu Ser por nós, em extrema submissão e humildade.

No diálogo inter-pessoal temos a maior prova de quem é quem. Palavras ardentes e carregadas são sempre indícios de inferioridade, enquanto que palavras serenas e mansas são quase sempre evidências marcantes de doçura e mansuetude, isto é, evolução moral.

Então, quando a dura queda derrubar doloroso personalismo egoísta... Levantemo-nos. Agradecendo a Deus a oportunidade de reerguermo-nos novos e animados. Essa nossa criatura que se levanta é, agora, espírito consciente de si mesmo, de sua fragilidade e de seu compromisso com a harmonia universal.

Gabriel Malagrida, o Caboclo das Sete Encruzilhadas.

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