Querida mamãe
Querida mamãe,
Hoje eu sonhei contigo. Sinto saudades. Me dá um dó te ver aí, exilada nesse planeta asfixiante.
Eu dei o melhor de mim mamãe, fiz o que pude para ajudar, mas infelizmente as drogas foram mais fortes.
O crack, a maconha, os picos... Poxa mamãe, nem os carinhos da minha mãozinha de seis aninhos te fizeram parar.
Aquelas ruas sombrias de Porto Alegre, calçadas geladas... e tu lá mamãe, deitada no chão, comigo sentadinha chorando ao teu lado.
Eu chorava mãe, lembra? Logo, logo tu acordava e gritava por pedra. Oh! meu Deus, eu ficava assustada, quando aquele homem te agarrava a força por troca de algumas pedrinhas no cachimbo.
Eu tentei mãezinha, tentei, disse que queria ser rica pra te tirar da calçada, quem sabe médica para poder curar as tuas feridas.
Mas não tive chance mãe, os teus vícios me derrotaram. Não vou desistir mãe, daqui a pouco nos encontramos novamente.
Todo mundo sabe que a vida não tem sentido, que o mundo não oferece um significado claro, mas reencarnamos para evoluir mamãe, para aprender.
Daqui eu vejo a dor, o sofrimento e a angústia da Terra.
É gigantesco o tamanho da minha piedade.
Na minha morte mãe, tu não estavas. O caxãozinho de madeira bruta, minhas mãozinhas entrelaçadas num tercinho de plástico, as poucas margaridas deitadas sobre uma rendinha barata de linho.
Fiquei feliz, porque colocaram uma cruz de madeira na cabeceira do túmulo, você também não estava lá.
Mãe, não senti mais frio. Chorei porque nem a minha falta tu sentiu, mas tudo bem, eu sei que a droga desvia a atenção.
Talvez seja o céu, onde estou, tenho a sensação de ser bem melhor.
Aqui tudo é perfumado, as pessoas estão sempre sorrindo, contando piadas e nos abraçando, aqui tudo é luminoso e a alegria me acompanha sempre, sem nunca me abandonar.
Eu queria muito que tu viesse pra cá mãe, mas não posso mudar a tua vontade.
Peço a Deus todos os dias por ti mamãe, sei que ele vai te ajudar a sair dessa. Quando tu sair desse corpo esfarrapado eu vou estar aqui te esperando, fica tranquila, jamais te abandonarei.
Obrigado por me amamentar quando nasci; obrigado por me embalar quando chorei de fome; obrigado por me dar "tampinhas" de garrafa pet com água misturada com farinha, foram as minhas melhores papinhas.
Agradeço pelos retalhos de calça jeans, que tu pegavas do lixo, rasgando-as em tiras, para fazer minhas fraudas, Obrigado! Ainda sinto o cheirinho do pano, era uma sensação muito boa.
Agradeço por cada abraço nas noites frias e, mesmo tremendo de frio, não deixou que eu congelasse. Obrigado!
Eu fiquei sabendo mamãe, por aqui, que existe um grupo de pessoas importantes que estão se reunindo para erradicar as drogas da Terra, mas me disseram que ainda vai um bom tempo.
Tchau mamãe, te desejo toda sorte do mundo.
Alice, Espírito de uma menina de rua.
Nota do Médium: Gente, o medidor do campo Eletromagnético foi ápice 5, coletei mais de 20 EVPs só nesta breve comunicação. Pela vibração não é qualquer Espírito, mas alguém que através dessa prova (última reencarnação em Porto Alegre) foi elevado a categorias morais muito elevadas. Sua presença levou imediatamente às lágrimas todos os que estavam na sala. Impressionante!
Hoje eu sonhei contigo. Sinto saudades. Me dá um dó te ver aí, exilada nesse planeta asfixiante.
Eu dei o melhor de mim mamãe, fiz o que pude para ajudar, mas infelizmente as drogas foram mais fortes.
O crack, a maconha, os picos... Poxa mamãe, nem os carinhos da minha mãozinha de seis aninhos te fizeram parar.
Aquelas ruas sombrias de Porto Alegre, calçadas geladas... e tu lá mamãe, deitada no chão, comigo sentadinha chorando ao teu lado.
Eu chorava mãe, lembra? Logo, logo tu acordava e gritava por pedra. Oh! meu Deus, eu ficava assustada, quando aquele homem te agarrava a força por troca de algumas pedrinhas no cachimbo.
Eu tentei mãezinha, tentei, disse que queria ser rica pra te tirar da calçada, quem sabe médica para poder curar as tuas feridas.
Mas não tive chance mãe, os teus vícios me derrotaram. Não vou desistir mãe, daqui a pouco nos encontramos novamente.
Todo mundo sabe que a vida não tem sentido, que o mundo não oferece um significado claro, mas reencarnamos para evoluir mamãe, para aprender.
Daqui eu vejo a dor, o sofrimento e a angústia da Terra.
É gigantesco o tamanho da minha piedade.
Na minha morte mãe, tu não estavas. O caxãozinho de madeira bruta, minhas mãozinhas entrelaçadas num tercinho de plástico, as poucas margaridas deitadas sobre uma rendinha barata de linho.
Fiquei feliz, porque colocaram uma cruz de madeira na cabeceira do túmulo, você também não estava lá.
Mãe, não senti mais frio. Chorei porque nem a minha falta tu sentiu, mas tudo bem, eu sei que a droga desvia a atenção.
Talvez seja o céu, onde estou, tenho a sensação de ser bem melhor.
Aqui tudo é perfumado, as pessoas estão sempre sorrindo, contando piadas e nos abraçando, aqui tudo é luminoso e a alegria me acompanha sempre, sem nunca me abandonar.
Eu queria muito que tu viesse pra cá mãe, mas não posso mudar a tua vontade.
Peço a Deus todos os dias por ti mamãe, sei que ele vai te ajudar a sair dessa. Quando tu sair desse corpo esfarrapado eu vou estar aqui te esperando, fica tranquila, jamais te abandonarei.
Obrigado por me amamentar quando nasci; obrigado por me embalar quando chorei de fome; obrigado por me dar "tampinhas" de garrafa pet com água misturada com farinha, foram as minhas melhores papinhas.
Agradeço pelos retalhos de calça jeans, que tu pegavas do lixo, rasgando-as em tiras, para fazer minhas fraudas, Obrigado! Ainda sinto o cheirinho do pano, era uma sensação muito boa.
Agradeço por cada abraço nas noites frias e, mesmo tremendo de frio, não deixou que eu congelasse. Obrigado!
Eu fiquei sabendo mamãe, por aqui, que existe um grupo de pessoas importantes que estão se reunindo para erradicar as drogas da Terra, mas me disseram que ainda vai um bom tempo.
Tchau mamãe, te desejo toda sorte do mundo.
Alice, Espírito de uma menina de rua.
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