Morri, o que fazer?

Oi Marlon

A sensação ruim que tu sentia, provavelmente, estava vindo de mim. Eu morri, e agora não sei o que fazer, estou perdido e vim buscar a tua ajuda. Eu sou importante, mas me perdi e agora não sei bem onde estou, eu quero voltar a ser o que eu era, mas não consigo. Me ajuda? Estou me sentindo muito mal, parece que as coisas que eu tinha, minhas posses, eram o real motivo de eu me sentir importante e depois que morri, sem os bens materiais, perdi a minha identidade e privilégio.

Eu não consigo encontrar a luz. Tudo perdeu o sentido e não consigo ter paz. Eu sei que as posses não são eu, consegui entender isso, mas depois que morri, não consigo saber mais quem eu sou, por isso te peço ajuda. Tudo o que faço hoje é espezinhar os meus familiares com pesadelos e pensamentos negativos, meu prazer é entrar na mente deles e plantar pensamentos de infelicidade.

Quero sair daqui, mas sei que aqui na verdade é apenas o meu lado negro, a parte ruim de mim que não quero encarar. Tudo na Terra passa tão rápido, eu acumulei bens e patrimônio, mas esqueci de mim, da minha alma do meu carácter. Agora, deformado, e espezinhado pelos funcionários que maltratei no mundo, não tenho paz. Hoje as ruas levam o meu nome, tenho estátua em praça, sou lembrado como pioneiro e desbravador, mas tudo o que plantei foi dor e sofrimento.

Me falaram a teu respeito aqui, disseram que podes passar uma mensagem na Terra. Sei que a minha cidade (Criciúma) já foi bem grata e generosa aos meus familiares, apesar de não ser esse meu desejo, mas quero dizer que a herança que eu deixei não significa nada, não é nada, dinheiro só nos conduz a um poço de dor e sofrimento.

Eu humilhei tantos, estraçalhei corações de pais de família e agora não estou conseguindo lidar com a ideia de ter que reencarnar como mendigo por dezenas de encarnações até concluir mil anos. Esse o preço de uma encarnação mal vivida, o preço árduo do orgulho e do poder, meu Espírito foi condenado duramente por fazer mal uso dos bens da terra, os quais nem eram meus, eram emprestados.

Esse desabafo está me ajudando muito, pois daqui vou seguir para a fila da reencarnação, preciso começar a pagar a minha dívida, afinal de contas, foi eu mesmo que construí meu próprio inferno.

Obrigado!

Rosso, Espírito de um pioneiro no sul catarinense.

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