Carta de um filho

Oi mãe,

Eu tentei mãe, mas só agora consegui escrever a carta que tanto queria. Eu me meti com as pessoas erradas, ofereci a minha amizade a uma pessoa que não tem noção de bem e mal. Me envolvi com pessoas más mãe. Eu não queria, mas eram amigos e me deixei influenciar, quando eu vi já estava nas garras do inevitável.

Busquei ajuda, mas fui pego de surpresa, me levaram para uma estrada de chão batido, saindo do bairro, de um lado milharal e do outro um mato baldio, na frente um muro de concreto. Fui inocente e me deixei levar.

O que mais me dói mãe, é que não foi por dinheiro, drogas ou qualquer motivo assim, você sabe, foi por maldade mesmo. Depois de muito tempo, vendo todo o sofrimento de vocês, ao me procurarem pelos quatro canto, eu cansei e me desiludi de tudo, sofri mais ainda se puder consolar vocês com ao menos um corpo, um túmulo.

Bom, nesse mundo tive algumas sensações boas, tive boas companhias e me diverti, talvez eu não tenha entendi o tamanho da maldade no mundo e me deixei levar pela malícia, e nessa cilada que caí sem volta.

Me perdoa mãe, não queria que isso tivesse acontecido, agora sei que devo escolher muito bem com quem andar. Escolher bem as nossas amizades é fundamental. Me desculpa, eu vi o tanto que você sofreu mãe, jamais quero ver isso de novo, mas avisa a mana... Avisa ela que eu recebi a autorização pra reencarnar como filho dela, isso, se ela me aceitar. Logo tudo acontecerá e eu vou renascer e, se Deus quiser mãe, quando a senhora estiver velhinha, ainda vai poder me embalar no colo e me levar na escola.

Te adoro minha "coroa", e digo coroa porque você foi minha rainha, jamais vou me esquecer tudo que o que cê fez por mim, brigado mãe.

Um abraço do seu filho amado,
Jefferson, Espírito de um assassinado em São Paulo

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