Espírito de um bagaceiro danado

Eita luxo... Óia nóis aqui traveis!

De bimbada em bimbada eu me danei! O ego me enganou, pensei ser o corpo, me ferrei.

Amava escrever, poeta, ardiloso, língua afiada! Óh Céus! Mas nenhuminha frase ensinando o amor.

Eis me aqui! Rondando de boca em boca, de motel em motel! Quando bundas traidoras eu cheirei, com a cede de tocar e ver, mais pela terra vou ficando.

É como uma prisão, sabe? A vontade da putaria é maior, e não deixa o ego quieto. Querer ir não é como poder ir.

Gente, povo amado, não se enganem! As palavras tem muito poder sim, podem perpetuar o medo e a ardilosidade.

Pela bandoleira eu chorei e na bagaça permaneci... após a morte o gosto de licor e tabaco misturado com aquele velho aroma de calcinha na ponta dos dedos! Oh delícia! É como o mais poderoso flagelo no meu lombo petulante.

Ahhh eu tenho uma pequeno mérito! Sempre fui realista e analisei com afinco a verdade! Mesmo após a morte fui um moralista!

Em mim os anjos sempre tiverem um soldado contra a hipocrisia. Eu descrevi como ninguém o drama humano.

Por isso Deus (sim gente, sim, Deus existe, contudo porém todavia, não se enganem, ele não é humano, é uma força inteligente que está em tudo) me deu uma chance de atravessar para o paraíso quando eu quisesse!

E por paraíso entenda um lugar agradável na nossa própria mente, uma lugar de lembranças gostosas.

Ahhh que saudade das minhas putas pobres, dos meus ladrões desdentados, dos meus cães vira-latas!

A Terra é um espaço de muita alegria e felicidades, aproveitem! 

Nelson, espírito de um escritor.

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