Psicografia de Maria de Fátima Oliveira

Querida mamãe,

Sinto muitas saudades. Fico inconsolável ao te ver chorar. Sei que parti cedo demais, infelizmente não tem mais volta. O carro veio do nada, não o escutei se aproximar, muita velocidade e, depois, nada vi. Nada senti, acordei-me uns dias depois ao lado do tio Adão. Ele disse que eu tinha passado por um momento delicado, e que logo eu entenderia tudo.

Me desculpa mãe, eu deveria ter olhado para os lados, não queria te fazer sofrer. Não fica com ódio do motorista, ele já vai ter que sobreviver com a própria consciência.

Eu deixei um diário, em baixo da cama, com um pouco da minha história. Se quiser leia, e se desejar escreva um livro com ele, sei que a senhora gosta dessas coisas. Eu me arrependo de cada briga nossa, me perdoe, se o tempo voltasse atrás jamais te contrariaria.

Eu sinto falta das tuas risadas, do teu cheiro, da casa. Ore por mim mãe, a saudade é tão forte aqui desse lado. Dê aquele vestido laranja, com barras azuis pra mana, ela queria faz tempo. Doe as minhas coisas para o brechó, lá sempre tem alguém que quer.

Cuida do Toby, meu cachorrinho, parece que estou vendo ele. Diga para o Roger que eu sei o que ele andava fazendo, mas que não estou brava, que eu o perdoo e que sei que ele me amava. Diga a ele que eu o amo.

Me perdoa mãe, por ter ido mais cedo, mas tenhas a certeza de que nos encontraremos.

Espero que consigas ler esta carta,

Abraço apertado!

Maria de Fátima

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