O que queres amigo?

O que queres amigo?

(Saber como foi a Vossa viagem ao Mato Grosso, Brasil, Orbe Terrestre?)

Eram tempos difíceis. Quente e seco. O calor asfixiante matava a muitos. O cansaço e a fadiga, as longas jornadas. Triste situação.

Muitos ficavam em covas rasas pelo caminho. Não tínhamos nada, além de Deus. Isolados, famintos, desesperados.

Chegamos à Casalvasco (1778). Casei-me com uma menina bem nascida. A fim de aproveitar as vivendas do pai dela.

Ali que aprendi a usar a puaia. Ajudava muito aos exagerados da bebida e da comida. Vomitavam e ficavam bem.

Eu abusei também. Explorei o que pude aquela família e, depois, me fui.

Assim fazia aonde eu chegava. Hoje me arrependo. Não podemos usar as pessoas e às abandonar. Isso é errado.

Caminhei muito, longas milhas. Queria ouro, como todos os outros. Deleitava-me com mulheres inocentes, sem o mínimo senso moral.

Saindo daquele lugar, cheguei a Santa Cruz. Lindo lugar. Hospedaram-me bem. Orgulhoso como eu era, fui perseguido. Voltei à Europa, lá vendi as sementes de erva para um médico interessado.

Dizem que ele fez sucesso e ficou rico, mas que morreu envenenado um decênio depois.

Por isso te aconselho amigo, não explores ninguém... não abuse de tua sagrada liberdade, respeite muito as pessoas, isso te fará diferença no futuro.

Deseja saber mais alguma coisa?

Eram índios de toda a sorte, negros da terra, apresados e fugidos. Uns vieram de Bom Jesus, outros de Santa Cruz. Os que viviam ali, no Jauru, que queres saber, eram uns pequenos e fortes chamados porros, porrudos, era assim que chamávamos... os sacerdotes espanhóis os chamavam de chiquitos...

Oremos todos,

Pai do céu, louvado sejas Tu, perdoa as nossas dívidas, faz luz no nosso caminho, livra-nos de todo o mal.

Legros, poaieiro

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